5 passos para deixar de trabalhar por obrigação
Com objetivo de se conseguir uma renda suficiente para se aposentar sem abrir mão do padrão de vida é essencial que o brasileiro se prepare bem para este momento, pois existem dois pontos muito importantes:
– O primeiro é que quem depender apenas da Previdência Social provavelmente terá problemas no futuro.
– O segundo é que a previdência privada também precisa ser escolhida com muita cautela – caso contrário, o investidor pode cair em uma bela armadilha.
Na Previdência Social, o teto para trabalhadores da iniciativa privada não passa de R$ 5.600 – ou seja, se você ganha R$ 10 mil, vai precisar se acostumar a viver com metade disso quando parar de trabalhar.
Isso sem contar do rombo da previdência, que deixa o futuro de todos que dependem deste benefício incerto.
Por isso não há como negar que ter um plano de previdência complementar é fundamental, porém antes de escolher seu plano você precisa tomar algumas precauções:
Corra das taxas de administração altas
A taxa de administração é o preço cobrado pela instituição para gerir seu plano de previdência. O problema é que se essa taxa for alta ela vai atrapalhar o seu rendimento, principalmente no longo prazo.
Uma taxa de 3% ao ano, por exemplo, irá corroer grande parte da rentabilidade, por melhor que forem as escolhas de investimento do gestor do fundo.
O resultado de investir em um plano com taxa alta? Seus sonhos para a aposentadoria poderão virar um pesadelo.
Por isso você deve optar por um plano com taxa de administração justa. E aí vai uma dica: nos grandes bancos a taxa costuma ser bem maior do que nas instituições independentes, onde é possível encontrar planos que cobram a partir de 0,7% ao ano.
Então o ideal é que você abra uma conta em uma corretora de valores com plataforma aberta e escolha o plano que melhor atende as suas necessidades – e claro, com taxa de administração baixa.
Nunca invista em fundos com taxa de carregamento
A taxa de carregamento é o valor descontado das contribuições aos planos de previdência.
Essa é uma cobrança que pode ocorrer no momento em que o investimento é feito ou na retirada, e costuma oscilar entre 1% e 5%. Ou seja, se você depositar R$ 100 mil a instituição vai cobrar logo de cara ou no momento do resgate entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.
O investidor deve fugir de instituições que cobram esta taxa, que tem um impacto significativo no acúmulo de capital. A dica é clara: nunca invista em um fundo que cobra pelo carregamento.
Novamente, nas corretoras de valores é mais fácil encontrar produtos de previdência sem taxa de carregamento. Já nos grandes bancos é comum ter fundos que cobram esta taxa.
Cuidado com o regime de tributação
Ao optar por um plano de previdência complementar você deve sempre escolher um regime de tributação. Afinal, sobre o dinheiro investido, é preciso recolher Imposto de Renda.
Existem duas formas de tributação e cabe a você decidir, no momento de contratação do plano, qual a melhor opção para o seu caso.
Tributação regressiva
Já a tributação regressiva foi criada justamente para estimular as aplicações de longo prazo – que devem ser o objetivo dos planos de previdência.
Tabela progressiva
Na tabela progressiva, a alíquota do Imposto de Renda segue as mesmas regras aplicadas aos salários e aumenta de acordo com o valor que você vai receber do plano.
Neste caso, a alíquota diminui com o tempo e é calculada de acordo com a data de cada contribuição ou aporte.
Confira a tabela regressiva:
Período de aportes |
Alíquota de IR |
Até 2 anos |
35% |
de 2 a 4 anos |
30% |
de 4 a 6 anos |
25% |
de 6 a 8 anos |
20% |
de 8 a 10 anos |
15% |
Mais de 10 anos |
10% |
Se alguém optar pela tabela regressiva e resgatar o plano em até dois anos (o que não é aconselhado se tratando de previdência privada), vai pagar um imposto bem alto por isso (alíquota de 35%).
Já se fizer aportes por mais de 10 anos, o imposto será muito menor, de apenas 10%. Pense nisso antes de fechar um plano, pois, apesar de parecer pequena, esta diferença garante um valor líquido muito maior para o titular.
Entenda a diferença entre PGBL e VGBL
Quem optar pela previdência precisa ter em mente alguns pontos. O primeiro é o tipo de plano, que pode ser o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). A principal diferença entre os dois está nos benefícios fiscais.
Quem contrata um PGBL consegue deduzir até 12% da renda tributável ao ano da base de cálculo do Imposto de Renda. Isso significa que a pessoa poderá pagar menos IR agora, colocar o dinheiro para render e só acertar as contas com o Leão lá na frente. O benefício, no entanto, só é concedido para quem entrega a declaração completa do IR.
Já o VGBL não oferece nenhuma vantagem de dedução durante a fase de acumulação – ou seja, a fase em que ainda está aplicando no plano. Em compensação, tem este benefício no momento do resgate. Isso porque, no VGBL, o imposto incide apenas sobre os rendimentos obtidos e não sobre o valor total acumulado, como acontece no PGBL.
Dicas finais
É importante lembrar que o investimento em previdência deve começar o quanto antes. Assim, é possível juntar mais dinheiro sem fazer um esforço tão grande e garantir no futuro uma rentabilidade compatível com o seu padrão de vida atual.
Lembre-se sempre: alguns anos a mais investindo podem fazer uma grande diferença no valor total do benefício.
Outro ponto importante que precisa ser analisado é o planejamento sucessório. Quem já tem uma idade avançada pode optar pelo VGBL, já que apenas este plano oferece a opção de incluir os beneficiários e, em caso de morte, o valor acumulado não entra no inventário – o que evita uma grande dor de cabeça e gastos com os honorários dos advogados.
Com o VGBL, em pouco tempo, independentemente de serem ou não herdeiros, os beneficiários receberão o valor acumulado pelo titular, sem burocracia.
fonte: infomoney.com.br/onde-investir/previdencia/noticia/7775068/nao-quer-depender-da-previdencia-social-entao-cuidado-com-as-ciladas-na-hora-de-investir
Até mais.